sábado, 3 de outubro de 2009



O CONTROLE DO PENSAMENTO

No que se refere de modo especial à mente, o ponto de vista de um homem do mundo, ponderado, bem-equilibrado e virtuoso será diferente do ponto de vista de um Virtuoso. A diferença virá de acordo com a posição que o pensador assumir sobre o lugar que a mente ocupa em relação ao homem em sua natureza em desenvolvimento.

Consideremos um homem bom e justo, nem descuidado nem frívolo, nem mundano, no sentido comum da palavra; sóbrio em seus julgamentos, equilibrado em seus pensamentos. Como veria ele essa questão do auto-controle mental?

Um homem que tenha colocado deliberadamente diante de si um ideal de virtude que se esforça por cumprir, compreenderá aquilo que chamamos natureza inferior, e que representa uma coisa a ser dominada. Quanto a isso não haverá dúvidas. Nosso homem virtuoso dirá que certamente se devem dominar e restringir as paixões e apetites do corpo, as emoções inferiores que impelem as pessoas impetuosas, todo aquele lado da natureza do homem que é manipulado por agentes exteriores, de forma a levá-lo a agir impensadamente. Dar-lhe-á o nome de natureza inferior, e procurará fazê-la obediente à natureza superior. O que entendemos em linguagem comum por pessoa controlada, ou antes, auto-controlada, é o homem que exerce esse domínio mental sobre a natureza inferior, de forma que a mente controle seus desejos.



A Amizade na Maçonaria
A amizade é uma virtude pura e desinteressada, é livre e espontânea; é um carinho cheio de abnegação, um laço indivisível muito estreito; é um sentimento muito fundo, firme e duradouro.

Por isso, os antigos Romanos simbolizavam a amizade como uma jovem vestida de branco, coroada de mirto e de flores, levando em sua mão direita dois corações encadeados, enquanto que sua mão esquerda assinalava seu peito aberto até o coração: Ali se lia " de perto e de longe", em sua frente "inverno e verão" e na franja de sua túnica "a morte e a vida".

Dali que Cicerón precisou que "a amizade é eterna" e que "o amigo certo se conhece no fato incerto".

Como os raios do Sol, a amizade vivifica na noite da incerteza, porque é amor e é caridade, é bem-estar para quem recebe seus eflúvios.

A amizade é um princípio básico na Maçonaria porque é união de vontades, é atração de afinidades e eleva o espírito para uma meta comum. Rechaça de plano a hipocrisia, não gravita nos depósitos de lixo da intriga, e é que a amizade é sempre fiel servidora e conselheira, não se arreda diante do infortúnio nem se esgota diante do temor.

Para avalizar estas premissas vale destacar que a Amizade não aceita a mentira, a trapaça, a omissão, o furto da lealdade, o desvio de metais a traição e a deslealdade maçônico-administrativa.

Ressalte-se isto porque nem as explicações mais esfarrapadas, nem as mentiras deslavadas e verdades falseadas poderão retornar a confiança depois de perdida.

Preserve sempre a amizade verdadeira que tenhas. É o maior bem que um homem honesto possa ter. Nenhum dinheiro, cargo ou outra coisa qualquer pode ser trocado por um amigo sincero.

Sabes que, a amizade é hospitalidade e a hospitalidade é a cortesia do coração. A amizade não ignora os problemas do amigo, é dar calor quando o mundo se mostra frio e é ser forte quando o amigo estremece.

Sabes que, a amizade é capaz de qualquer sacrifício, inclusive o de chegar ao heroísmo. É capaz de arrastar e até de esquentar as terras geladas.

Sete letras dão forma à palavra AMIZADE, mas o assunto não é quantidade: é qualidade, é espírito. Procurar seu significado em um dicionário seria difícil, por não dizer impossível, e é que só aquele que a recebe em forma sincera e clara tem a capacidade para interpretá-la com o coração, com exatidão certeira.

A amizade desterra a inveja que gera o egoísmo rasteiro, rechaça a mediocridade e a mentira. Bem o dizia Fenelón: "se queres fazer juízo de um homem observem quem são seus amigos".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


SEGUIR O RITUAL

A Maçonaria é uma escola Iniciática, Simbólica e dotada de Códigos para serem desvendados, obedecidos e retransmitidos aos neófitos. Assim, perpetua-se a tão Sublime Ordem que amo e respeito. Obedecer os Landmarks, os Rituais, as Constituições, Estatutos e Regulamentos com o coração e não por obrigação, por imposição, faz um verdadeiro Maçom. Não sou partidário do fanatismo, seja qual for, partidário ou religioso. Também não o sou do cético. Equilíbrio é importante. Ser ritualístico é ser essencialmente maçônico. Penso que qualquer outra discussão não esteja no alcance da verdadeira maneira de ser Maçom.
O Rito Escocês Antigo e Aceito tem por objetivo restabelecer em seu antigo e verdadeiro caráter e apostolado da mais alta moralidade, da prática das virtudes, da liberdade debaixo da lei, da igualdade segundo o mérito, com subordinação e disciplina, e da fraternidade com deveres mútuos, ampliando o limite das faculdades morais e infundindo, nos usos e costumes da sociedade civil, os sãos princípios da filosofia humana. Esquadro, compasso e régua formam o símbolo da Maçonaria. No altar estas jóias são colocadas sobre o livro da lei, onde a régua foi substituída pelo livro da lei. Deste conjunto deve emanar equilíbrio, harmonia, disciplina, moral, exatidão e justiça, bem como, mostrar o caminho horizontal, pela Terra, e o caminho para cima, ao cosmos, a Deus. Independente se o livro da lei for a Bíblia judaico-cristã, o Alcorão, a Torá, a constituição do país, ou outro. E se o ritual existe para proteger a Maçonaria de eventuais desvios de seu original objetivo, então não existe quase espaço para discussão. O livro da lei deve ficar onde está no rito escocês antigo e aceito. E como este rito foi fundado em berço cristão, em sendo a maioria cristã, o livro da lei é a bíblia judaico-cristã. - E é assim porque o ritual que tem a pretensão de proteger a Maçonaria, assim o determina.

O Venerável de uma Loja é o espelho de seus irmãos. Qualquer ato falho por ele praticado libera os seus irmãos para cometerem os mesmos desvios. Os rituais devem ser obedecidos à risca. Não existe improvisação em Maçonaria. Não se admite práticas do Rito Brasileiro em Lojas do Rito Escocês ou do Rito de York em Lojas do Rito Adoniramita e assim por diante, simplesmente porque é “bonitinho”. A pureza dos Ritos é condição primordial para a beleza da liturgia praticada nas Lojas. Sobre o rigoroso cumprimento das leis e dos rituais.

O Venerável deve ser objetivo na condução dos trabalhos. Deve se ater ao Ritual e ao essencial. O Venerável de uma Loja não deve se meter com os assuntos de outra Loja para não incorrer em discussões ou discórdias. O Venerável Mestre, pelas várias situações que se apresentam no transcorrer do mandato, e os que já desempenharam tão honroso cargo sabem muito bem, deve possuir como requisito implícito da cargo, sem elitismo ou discriminação, condição estável profissional, financeira e familiar. O Venerável Mestre deve ser moderado, discreto, prudente, tolerante, humilde e sereno. Deve, pela retidão de conduta, servir de exemplo para os Obreiros da Loja. Deve ser líder nato; o verdadeiro líder não faz comandados, faz seguidores. Deve tratar os irmãos de forma imparcial, com delicadeza e brandura, sem precisar fazer uso da força de sua autoridade para demonstrar que ela é sagrada e inviolável. Deve ser digno para exigir de todos a fiel obediência aos sublimes Princípios da Fraternidade, sem extrapolar em firmeza, energia e equilíbrio.

Os ensinamentos maçônicos são fundamentalmente éticos. A Maçonaria fomenta o desenvolvimento do homem através do aperfeiçoamento moral. Quando a Maçonaria utiliza a Bíblia como sendo o seu Livro da Lei, está implícito que os ensinamentos do Grande Arquiteto do Universo que são extremamente éticos devem ser acatados e praticados por todos os Maçons. Na Maçonaria, os Landmarks são um Código de Ética. Eles disciplinam as ações dos Maçons e das Lojas. Nas Constituições, Estatutos e Regulamentos Maçônicos também encontramos postulados éticos que norteiam a Atitude Maçônica. A Maçonaria propugna, por exemplo, que um Maçom só pode favorecer outro Maçom numa situação incontestavelmente ética. Não podemos favorecer um Maçom em detrimento de outro, seja ele Venerável ou Aprendiz, Mestre ou Companheiro. Se o Mérito for do outro, o Direito é do outro, em detrimento do grau. Só em Igualdade de condições um Maçom pode favorecer um irmão; um Maçom pode ser Justo e Perfeito.
Em muitos momentos de seus rituais são focalizados princípios que fundamentam a ética maçônica: juramentos de aceitação, de obediência e de sigilo; compromissos de fidelidade, de solidariedade e de ajuda mútua; e tantos outros, todos com o mesmo escopo: a Maçonaria é uma Escola de Aperfeiçoamento Moral.
É a beleza da alma que fortalece o espírito humano. São os valores, as virtudes e as atitudes que engrandecem o homem e a sociedade; e, assim sendo, o homem se torna mais social e a sociedade mais justa e mais fraterna.